Flávio Dino pede à PF abertura de inquérito para apurar situação dos Yanomami
Ministro destacou crimes que podem ter sido cometidos; objetivo é explicitar gravidade da situação e enfrentar causa
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), pediu para que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar a situação em Roraima que levou ao óbito dezenas de crianças Yanomami. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva de imprensa nesta segunda-feira (23), em Brasília.
Segundo Dino, o pedido tem como objetivo explicitar a gravidade da situação e o enfrentamento da causa.
“O inquérito policial foi requisitado à Polícia Federal para apuração dos crimes de genocídio, de omissão de socorro, de crimes ambientais e outros crimes, porque há, inclusive denúncias que nós elencamos no ofício relativos supostos atos de peculato, corrupção, desvio de verba pública destinada à saúde indígena”, disse.
Durante a entrevista, o ministro ainda relatou que os indícios de crimes de genocídio, desvio de verba pública, omissão de socorro, peculato e crime contra o meio ambiente estão sendo apurados.
Além disso, explicou que a PF começou o planejamento para cumprimento das decisões judiciais a respeito das terras indígenas que estão invadidas por garimpo ilegal.
Sobre a responsabilização de culpados, Flávio Dino disse que agentes públicos, ex-ministros, presidentes de órgãos, ex-dirigentes da Saúde podem ser investigados por ação ou omissão.
“Os atos ali mostram que houve, sim, de modo inequívoco, indícios da participação ou omissão de agentes públicos, inclusive da alta administração federal”, destacou.
O ministro enviou um ofício ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, mostrando situações vividas pelo povo Yanomami.
“Mortes por desnutrição ou por doenças tratáveis, pouco ou nenhum acesso aos serviços de saúde, medidas insuficientes para a proteção dos Yanomami, além do desvio na compra de medicamentos e de vacinas destinadas à proteção desse povo contra a covid-19”, relata Dino no documento.
O pedido está com a PF, que vai designar os delegados e instaurar os inquéritos.
*sob supervisão de Caroline Rosito, da CNN