Prefeito e vereador vão à Júri Popular por aborto ilegal em motel
O prefeito de Carolina, no Maranhão, Erivelton Teixeira Neves (PL), e o vereador do município, Lindomar da Silva Nascimento, serão julgados pelo Tribunal do Júri popular na cidade de Augustinópolis (TO) por sua participação em um caso de aborto ilegal contra Rafaela Maria Sousa Santos, em um motel da cidade. A decisão da Justiça, publicada na última quarta-feira (19), atende a um pedido do Ministério Público do Tocantins (MPTO).
Nas redes sociais, a vítima, Rafaela Maria disse esperar que a justiça seja feita. Atualmente ela mora em outro país e faz tratamento psiquiátrico.
Segundo denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu em 2017, em um motel da cidade de Augustinópolis, quando Erivelton Teixeira Neves, que é médico e possuía um relacionamento com a vítima, realizou um procedimento de ultrassonografia com aparelho portátil e confirmou a gravidez dela.
Logo após, ele teria aplicado um sedativo na gestante, que perdeu a consciência. Em seguida, o médico, com o auxílio de seu então motorista, Lindomar da Silva Nascimento, efetuou o procedimento de aborto sem o consentimento da grávida. Depois do crime, o acusado deixou a vítima em casa e levou embora consigo o resultado do exame da gravidez e o cartão de gestante da mulher.
Na decisão de pronúncia, em que o juiz acolheu os argumentos contra os réus e encaminhou o caso para julgamento no Tribunal do Júri, é citado como prova o depoimento da vítima, que relatou os fatos e afirmou que o aborto não foi consentido.
Também há os testemunhos de outras pessoas relacionados ao caso e um exame Beta HCG, em que constou o resultado “reagente”, comprovando a gestação.